segunda-feira, 16 de junho de 2014

Projeto: Ponto de Encontro na CONFRARIA DO SAMBA com MARIA HELENA

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CAROS AMIGOS, FINALMENTE CHEGOU O DIA DO REENCONTRO.
ABRE O NOVO ESPAÇO PARA O NOSSO TRADICIONAL
“PROJETO PONTO DE ENCONTRO”, EM UM LOCAL
NÃO TÃO REQUINTADO COMO O CAFÉ DA CORTE, MAS COM TODA
CERTEZA ELEGANTE, CONFORTÁVEL E ACOLHEDOR À TODOS NÓS.
LOCAL COM VISTA PANORÂMICA PARA A BEIRA MAR DE SÃO JOSÉ,
AMBIENTE CLIMATIZADO, CHOPP BRAHMA E MUITO MAIS PARA
A SATISFAÇÃO DE TODOS.

LOCAL:  CONFRARIA DO SAMBA

DIA 20-06-2014
HORÁRIO: DAS 21:30 À 01:00 H.

A PRINCÍPIO, AS RESERVAS SERÃO POR
ORDEM DE CHEGADA

ENDEREÇO: AO LADO DO BISTEK SÃO JOSÉ, ENTRADA AO
                       LADO DO POSTO DE GASOLINA.
                       ESTACIONAMENTO COM SEGURANÇA.
Contato: Antônio Azevedo- email:  antonio_aj@terra.com.br

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Para onde irão a alma e o espírito dos Manezinhos?



No dia 31 de maio de 2014, os frequentadores do Mercado Público despediram-se de alguns dos pontos comerciais mais tradicionais da cidade. A Ala Sul fechou para reforma e atualização da licitação dos boxes comerciais. Na verdade, estes espaços do Mercado eram considerados parte do coração da cidade, foram mais do que pontos comerciais, foram espaços de convivência, de troca de informações, de termômetro da opinião pública, das conversas políticas e culturais da ilha “manezinha”. Era ali que ocorriam as atualizações e brincadeiras relacionadas ao clássico da capital quando se falava de futebol, era ali que os bastidores da política e da cultura regional, que não saíam na grande mídia, eram discutidos e polemizados. Era ali que o esquenta do Carnaval e do Berbigão do Boca ocorria. O samba e a música popular catarinense correram nas veias deste coração até dia 31. E é lógico que mesmo depois que o mar deixou de bater em suas portas, era no Mercado que se sabia quais os peixes frescos estavam chegando e quando a taínha iria chegar fresquinha.
Alguns comerciantes, em pontos e boxes diferentes, continuarão no Mercado, mas com projetos diferentes e quem sabe até melhores. Porém, algumas perdas emocionais a cidade sem dúvida vai ter. Perdas como aquela que fechou a ponte Hercílio Luz para travessia definitivamente em 1990, ou ainda o fechamento do Bar e trapiche Miramar em 1974. Aquele mesmo da música do poeta Zininho...
No sábado, vi muita gente emocionada na Fiambreria Spinoza, o Bar do Alvim, sugestivamente o Box número um do Mercado Público que fecha as portas depois de 57 anos de existência.  O Bar do Alvim foi referência como empreendimento que renovou-se e divulgou a cidade e sua cultura. A cidade inteira conhece o elevador do Alvim com suas histórias e estórias, que levava os frequentadores para a cozinha e também aos banheiros entre Azeites, azeitonas e indescritíveis pastéis de camarão e bolinhos de Bacalhau.
Ao lado, no Box 96A, no Bar do Seu Zezinho, a tradicional mesa do Senadinho fazia a sua última sessão emocionada com o fechamento da casa do povo.  Ali, o presidente da casa, o Senador “Kiko Ortiga” fazia as honras, recebendo emocionado os companheiros de Senado para mais essa despedida. Por ali passaram muitos artistas, jornalistas, sambistas, políticos e mulheres e homens do povo, interessados nas últimas conversas, piadas e eventos da antiga e da nova província. 
O fim deste espaço, entre o Alvim e o Zezinho, se equivale a perda e fechamento do Café “Ponto Chic” e o seu Senadinho na Rua Felipe Schmidt que ocorreu em 2004. A reforma, a placa e painéis em memória ao Senadinho que foram fixados no local modernizado, como fruto de um movimento em prol da manutenção cultural do espaço, não impediram que a alma deste coração rebelde e bem humorado desta linda ilha, fosse como que abduzida e transferida para o Mercado Público. A novembrada não foi esquecida em seu episódio épico no Ponto Chic porque nestes anos todos foi relembrada e falada nos banquinhos dos bares do velho mercado. Os mesmos bancos onde se “intisicava” com um alvinegro quando o Leão da ilha vencia e vice-versa, pois afinal clássico é clássico!
Agora nos resta cantar em verso e prosa mais essa fase passada pela nossa ilha e ficar atento para ver onde essa alma mané, irônica, brincalhona, criativa e de resistência cultural vai incorporar e se materializar, pois a força da grana destrói coisas belas, mas o espírito criativo da humanidade é capaz de inovações surpreendentes e acredito que em algum lugar desta cidade, deve estar nascendo uma menina açoriana e mané com alma de Mercado Público...

Marcio Vieira de Souza

fotos : Marcio Vieira e Solange (Sol) Silva