quarta-feira, 30 de abril de 2008

VII Feira de rua do livro de Floripa e I Feira Catarinense

A Câmara Catarinense do Livro realiza a 7ª edição da Feira de Rua do Livro de Florianópolis de 30 de abril a 10 de maio, no largo da Alfandega, ali ao lado do Mercado Público.
O evento que vem se consolidando a cada ano, com um grande sucesso de público, traz agora a novidade de se estadualizar realizando junto a I Feira Catarinense do Livro. A Feira é um evento cultural, cujo objetivo é divulgar o trabalho dos autores catarinenses bem como incentivar o hábito da leitura entre as diferentes classes sociais. Há livros para todos os gostos: nacionais, estrangeiros, infantis, infanto-juvenis, adulto, best-sellers, religiosos. Haverá lançamentos de livros, sessões de autógrafos, bate-papo com autores, oficinas de arte para crianças, contação de histórias, apresentações musicais, espetáculos teatrais, danças, etc.
Este ano o Patrono da feira é o Sr. Eurides Mescoloto. E os agraciados são: Ana da Cunha Pereira, com o Mérito Livreiro “Dikson Colombo”, Jaksan Kaiser, com o Mérito Editor “Odilon Lunardelli”, Marco Anselmo Vasques, com o Mérito Escritor “Cruz e Sousa”, Tânia Maria Piacentini com o Troféu “Amigo do Livro” e Verônica dos Santos Ferreira, com o Troféu “Boi-de-Mamão”. Além destes a Câmara Catarinense vem homenagear grandes personalidades da cultura catarinense e brasileira: Franklin Cascaes, Machado de Assis, Gustavo de Lacerda, João Batista Sérgio Murad (Beto Carrero) e Maria Elizabete Nunes Anderle.
Veja mais informações na link da CCL:

http://www.cclivro.org.br/feira/

21ª Feira da Esperança: um encontro marcado com a alegria

De 30 de ABRIL a 4 de Maio
no Centrosul
Um Encontro marcado com a alegria

Setenta por cento da manutenção anual da Apae depende da Feira da Esperança. Só este dado justifica plenamente que a população prestigie a vigésima-primeira edição deste evento filantrópico. A abertura está marcada para esta quarta-feira, no Centro Sul. A organização do evento conta com cerca de 1,8 mil voluntários neste trabalho elogiável de solidariedade e promoção humana. A Comissão organizadora montou um esquema para atrair 30 mil pessoas, o que garantirá uma receita maior este ano, viabilizando novas atividades da Apae.
Além disso, a programação gastronômica e cultural está repleta de boas opções. Uma grande pedida para o feriadão: dar um passeio na feira do livro e depois ir almoçar e visitar a Feira da Esperança.

Veja a Programação Cultural :

http://www.apaeflorianopolis.org.br/noticias/noticias.htm

terça-feira, 29 de abril de 2008

Bom Partido canta Noel no Café Matisse nesta quarta




O grupo Bom Partido irá se apresentar nesta quarta-feira, às 22h, no Café Matisse, no Centro Integrado de Cultura (CIC), com o projeto "Samba", homenageando Noel Rosa. A abertura fica por conta do pesquisador e cantor Marcão, acompanhado por Raphael Galcer no violão de 7 cordas, apresentando sambas, que não constam no repertório de nenhum grupo, resgatados graças ao trabalho deste pesquisador.A entrada é de R$5.
O grupo Bom Partido já existe há mais de 10 anos e sempre teve a preocupação de cantar os sambas e os sambistas de Florianópolis, e resgatar os sambas que não são mais cantados, evitando que caiam no esquecimento. Seu único CD até agora possui somente músicas de compositores da cidade como Zininho, Celinho da Copa Lord, Dinho, Jandira, e Marcelo 7 cordas.O grupo é formado por Jandira (voz), Josiane (voz), Júlia (voz), Dôga (percussão), Bidu (percussão), Fernanda da Silveira (cavaco) e Thiago Laroyd (violão).Desde o começo do grupo, o Bom Partido faz homenagens freqüentes à um sambista. Aniceto do Império, João Nogueira, Dorival Caymmi, Clara Nunes, e até o próprio Noel, na primeira sessão de homenagens, feita há quase 10 anos, são alguns dos sambistas que podem ser citados.O projeto "Samba" é de criação do próprio Bom Partido e consiste em uma apresentação por mês para homenagear um sambista. Em abril será Noel Rosa.O Grupo escolheu os melhores sambas do compositor, dentre os mais conhecidos, até para não deixar os espectadores perdidos, e irá apresentar para o público do Café Matisse.
Noel Rosa (11/12/1910 – 04/05/1937) é considerado por muitos historiadores como o maior cronista do país. Pra quem quer conhecer um pouco do Rio de Janeiro da década de 20 e 30 pode buscar as músicas de Noel, que terá uma boa fonte de informações. Noel tinha uma facilidade incrível de escrever versos e criar melodias e suas músicas ainda podem ser interpretadas como se fossem atuais.A primeira gravação de Noel foi feita em 1929 e a última em 1937, ano de sua morte, tendo, baseado no ano de gravação, apenas 7 anos para compor suas mais de 150 músicas e dizer o que pretendia. Além das outras tantas canções que corrigia, refazia ou fazia inteira e dava para outras pessoas, sem colocar seu nome.
Excepcional boêmio, ídolo de quase todos os sambistas, autor de músicas mágicas, Noel será relembrado na noite de quarta-feira, 30, véspera de feriado, às 22h, no Café Matisse, no CIC, em um show propício inclusive para quem gosta de dançar.Para os mais inspirados esta noite pode render até o dia 1º de maio, como, com certeza, Noel Rosa faria.


Para mais informações, entre em contato com Carlos Raulino pelo telefone 9991-3218




Fonte: Artur de Bem f: (48) 9969-0311


Festa de primeiro de maio no Baiacu de Alguém


O Bloco Baiacu de Alguém,de Santo Antônio de Lisboa, prova porque é um dos mais organizados da cidade. Trabalha e mobiliza seus integrantes o ano todo. Depois de promover um show com Denise de Castro e Grupo Bom Partido com o nome de Homenagem a Clara Nunes que foi um sucesso, está organizando uma Festa de aniversário e solidariedade ao músico Reizinho. Será no dia primeiro de maio, dia do trabalhador!

Programação:


FESTA:
Aniversário do Reizinho
Dia: 01/05/08 - Quinta – Feriado – a partir de 13 h
Almoço com samba
Ingresso: R$ 10,00

Local: Sede do Bloco Baiacu de Alguém
Santo Antônio de Lisboa
Rua Padre Lourenço R. de Andrade, 650, esquina com Rua Senador Mafra
Santo Antônio de Lisboa - Florianópolis - SC
Fones: (48) 3235-1183 ou (48) 9101-1183

Para saber mais sobre o bloco visite o site:
http://www.baiacudelaguem.com/

Artigo: Nação defenestrada ou Isabela e o público brasileiro ...


NAÇÃO DEFENESTRADA

Raul Longo

Pobres, morávamos na Vila Guarani, distrito do Jabaquara. São Paulo, inícios da década de 60.

Nos finais de semana visitávamos parentes em melhor situação financeira, no vizinho bairro de classe média: Cidade Vargas.

Dava para ir à pé e o conjunto habitacional planejado imitava os dos subúrbios norte-americanos: casas padronizadas em meio a terrenos de bom tamanho, ajardinados e abertos. Extremas apenas delimitadas por cavaletes de água e postes de energia elétrica.

Com o tempo e a incidência de assaltos, aos poucos cada proprietário foi erigindo seu próprio muro, cerrado por portões e grades pontiagudas.

Um dos primeiros a tomar tal providência foi o Nelson Gato, o mais ilustre morador. Mas não o fez por causa das visitas dos ladrões de quintal das vizinhas Vila Guarani e Água Funda, que só ocorreram mais tarde. É que como jornalista dos Diários Associados, Nelson herdara do patrão, Assis Chateaubriand, o hobby de criar pássaros exóticos em um grande viveiro.

Para nós, meninos e primos, a casa ao lado de meus tios era um fascinante minúsculo zoológico onde passávamos horas apreciando o comportamento daquelas aves de diferentes regiões do país e partes do mundo.

Em um final de semana daqueles, estranhamente os adultos nos proibiram adentrar os muros com que Nelson Gato protegia o viveiro, alegando que o jornalista estaria viajando. Por sua atividade, era comum se ausentar durante longos períodos, mas até então sua ausência nunca fora empecilho para o acesso de nossa curiosidade infantil, e o inusitado mistério daquele dia se avolumava nos cochichos e conversas veladas dos adultos, com um ou outro indo e vindo da casa do vizinho.

Ficamos ainda mais confusos e desconfiados da ocorrência de alguma anormalidade, quanto o tio Alberto, até então desaparecido, avisa por cima do muro para outros tios e pais sintonizarem uma das emissoras dos Diários Associados.

Não recordo se Tupi, Difusora, ou Cultura, mas lembro de ouvirmos a voz do Nelson Gato roufenha e cheia de estáticas, como se transmitida de muito distante, por um aparelho de comunicação semelhante aos rádios dos seriados de guerra da TV.

O apresentador das edições extraordinárias, isso que hoje se chama de "âncora", enaltecia a intrepidez do corajoso repórter que se embrenhara nas matas atlânticas do litoral do estado do Paraná, alcançando antes da polícia um perigoso foragido que fora ferido durante a evasão de um cerco policial. E sempre finalizava prometendo para qualquer momento novas revelações do "bandido" e informações exclusivas aos ouvintes da então líder de audiência das rádios paulistanas.

Alguns anos depois Nelson Gato se notabilizou com o livro "O Navio Raul Soares", onde relatava seus dias de cárcere como integrante da primeira leva de prisioneiros trancafiados naquela embarcação pelo golpe de 1º de Abril de 1964.

A propalada moralização da coisa pública pelos ditadores militares jamais aconteceu. Pelo contrário, piorou e muito. Nelson hoje seria um passarinho perto dos gatunos do atual jornalismo brasileiro, mas morreu faz tempo. E também meu tio Alberto, depois de gozar alguns anos de aposentadoria da Polícia Civil de São Paulo, como investigador ou detetive... Não lembro exato.

Também não lembro qual era o nome do ferido de voz embargada pela dor e pelo medo que podíamos distinguir pela transmissão precária das tais edições extraordinárias a se repetir por vários dias, até que, enfim se anunciasse sua captura pelos policiais. Mas não esqueço da revelação indignada de meu pai, pedindo segredo aos demais primos e contando que o tal perigoso facínora já fora apanhado dias antes e era mantido ali na casa do jornalista, onde, sob tortura, o obrigavam a confessar numa simulação de entrevista todos os crimes na época não desvendados pela polícia paulista, como uma exclusividade de jornalismo investigativo e heróico.

A evidente manipulação do caso da menina Isabela me remete a vergonhosa lembrança desse episódio de infância, e a cada vez que a Fátima Bernardes ou o William Bonner anunciam mais uma informação sobre o caso obtida com exclusividade pela Globo, tenho a exata sensação que teria a garotinha caso recobrasse alguma consciência no momento de ser lançada pela janela, e se o pai, conforme os indícios, fosse o autor dessa defenestração.

Assim como Isabela não poderia compreender porque quem lhe deveria proteger a estaria covardemente lançando do sexto andar de um edifício, eu não posso compreender como a polícia, o Ministério Público e o governo federal, permitem que se use de uma concessão que é minha, pois eu sou o público, para me manter pendurado através de mórbida manipulação de meus sentimentos e de minha indignação.

Com muitos menos indícios de autoria de qualquer desvio de conduta ou autoria de ato criminoso, muitos casos já foram considerados finalizados, encerrados. O noticiário a eles se reporta apenas por ocasião de suas comprovações, invariavelmente cometendo o crime de se omitirem quando as conclusões finais são contrárias ao alardeado pelo tal jornalismo de hipóteses, um absurdo inventado por Ali Kamel, diretor da mesma Globo.

De fato, todos os indícios apontados pela perícia apontam à repugnante autoria do pai e da madrasta, mas ainda mais nauseante do que o próprio infanticídio se tornou a exploração da tragédia. Não há dúvidas de que os autores da morte de Isabela serão exemplarmente punidos, mas os gigolôs da emotividade pública continuarão impunemente usando suas páginas e telas para defenestração de nossas consciências e sentimentos ao vazio de qualquer senso de dignidade humana.

Até quando, em nome de uma dúbia e inconsistente liberdade de imprensa, teremos de assistir tal atrocidade acometendo tantas vítimas: nós mesmos, o público brasileiro?

Raul Longo

Pouso da Poesia



Ponta do Sambaqui, 288688051-001 - Floripa/SC

Tel: (048) 3335-0047

domingo, 27 de abril de 2008

Flagrantes do Mercado Público





























Iniciamos uma nova modalidade no Blog do Mercado. Flagrantes do mercado. As fotos são de nossos colaboradores (fotográfos profissionais e amadores). Começamos com as fotos profissionais do Bruxo (Edson Luis). Essas fotos são de 2007 e 2008. Tem muito mais... E de vez em quando estarão no blog. Obrigado pela colaboração Bruxo!

Flagrantes do Mercado 2






























Flagrantes do mercado 2 (continuação)

Artigo: O Heleno de Tróia

O HELENO DE TRÓIA!
Raul Longo

O grande mal de não se ter uma biblioteca organizada, dá nisso.

Procuro que procuro uma publicação muito bem elaborada pelo escritório do Bco do Brasil na Venezuela, no início da década de 80.

Nem lembro como me chegou às mãos, mas é algo que não poderia perder. Intitulava-se, lembro bem: "BOLÍVAR - cartas à SAN MARTIN sobre o Brasil".

Interessante a iniciativa do então diretor do Banco do Brasil na Venezuela, mormente relacionando-se o conteúdo daquelas cartas entre os principais líderes da independência do continente, com a situação política brasileira na época da publicação, ainda a ditadura militar.

Nas cartas, Simón Bolívar expunha preocupações com o processo de nossa independência, divergente das demais de todo o continente: dos Estados Unidos à Patagônia (argentina ou chilena).

Enquanto de George Washington à Bernardo H'Oggins e José de San Martin, os promovedores das independências das nações de todas as Américas instituíram a modernidade política conquistada na Europa com a Revolução França, resgatando o continente do jugo das monarquias imperialistas; no Brasil, Pedro de Alcântara adota o retrocesso de um já derrocado Napoleão, e se institui Imperador.

Ou seja, além de termos a última das independências do continente, aquilo nada mais era do que um presente de grego no qual Bolívar reconhecia uma ameaça às difíceis e honrosas conquistadas libertárias dos países vizinhos. Daí que, naquelas cartas reunidas pelo dirigente do Banco do Brasil na Venezuela,
El Libertador revelava-se intencionado à uma invasão do país para a destituição do Pedro I, e conseqüente instauração do regime republicano.

Para isso pedia a aliança de San Martin, pois reconhecia inviável às suas tropas a travessia da Amazônia, o instransponível Inferno Verde. Se o líder argentino aproveitasse da facilidade de locomoção de tropas pelos pampas e coxilhas gaúchas, Bolívar tentaria dar a volta para adentrar com reforços em algum ponto de melhor acesso, talvez pelo cerrado que se estendia desde a fronteira com a Bolívia que, confirmando as previsões do líder venezuelano, no império de Pedro II já se atrofiara sob as manipulações diplomáticas brasileiras.

Muito se cogita sobre as razões do rompimento de Simón Bolívar e San Martin, inclusive o acordo entre o argentino e os ingleses contra este projeto de republicanização do Brasil. Graças ao que não apenas nos mantivemos monarquistas por quase um século mais, além de escravagistas, visto que em função da monarquia também fomos o último país do continente à abolir a escravatura.

Mas no que mais lamento o não encontrar a tal publicação, é por não lembrar se haveria alguma recomendação ou cuidados de Bolívar quanto ao exército imperial brasileiro. Imagino que não, afinal se o Brasil de então possuía apenas 2 grandes centros: o Rio de Janeiro e a antiga capital colonial de Salvador, e só consolidamos nossa independência em julho do ano seguinte, apesar de Portugal ser do outro lado do Atlântico, se pode concluir que a história dos dragões era mais uma alegoria do que algum risco a ser considerado.

Tanto isto é provável que, para vencer as tropas portuguesas no Recôncavo Baiano, tivemos de contratar o francês Pierre Labatut que, em carta ao José Bonifácio, reclamou: "Nenhum filho de dono de engenho se alistou para lutar". Ou seja, nossas elites já decepcionavam o exército brasileiro desde o princípio, e quem garantiu nossa independência foram os tais filhos que não fogem à luta como o popular João das Botas, a camponesa e primeira soldada brasileira Maria Quitéria, entre outros heróis como Luís Lopes, o famoso corneteiro de Pirajá que renegando-se à covardia do toque de retirada, entoou o "avançar cavalaria e degolar", pondo em fuga as forças do General Madeira. Assim ganhamos a independência que o Pedro I proclamara às margens do córrego Ipiranga de São Paulo.


Mesmo San Martin não tendo aceito a proposta de Bolívar, verdade é que já antes e depois os "castelhanos" que avançavam as fronteiras brasileiras com o Uruguai e Argentina, sempre deram muito trabalho aos gaúchos que nunca receberam apoio da corte e das forças imperiais, gerando um sentimento separatista que por muitas vezes quase nos pôs a perder o importante e significativo estado do Rio Grande do Sul.

Só lá em meados da segunda metade do século XIX é que o exército imperial veio a se justificar, quando Solano Lopez nos ameaçou pelo Paraguai. E mais uma vez nossas forças armadas puderam se orgulhar dos filhos que não fogem à luta, com a significativa participação dos bravos guerreiros e exímios cavaleiros Guaicurus.

Enfim os desejos de Simón Bolívar, morto em 1830, foram realizados em 1889 pelo Marechal Deodoro da Fonseca, nosso primeiro presidente republicano, que foi substituído por seu vice, também militar, Floriano Peixoto. Com mão de ferro Floriano defendeu a república de diversos movimentos monarquistas que eclodiram de sul a norte.

Depois destes dois primeiros presidentes da república federativa do Brasil, apenas um mais elegeu-se democraticamente: o Marechal Hermes da Fonseca, sobrinho de Deodoro, que enfrentou duas revoltas de seus companheiros de armas da marinha: a que ficou conhecida como Revolta da Chibata, e a dos Fuzileiros Navais. Mas assim mesmo foi republicanamente substituído por seu vice Venceslau Brás.

Daí por diante, mesmo durante a ditadura de Getúlio Vargas, um civil, e apesar da 2ª Guerra Mundial, o exército brasileiro manteve a linha de legalidade e defesa constitucional até que, em 1964, um grupo de militares de pouco destaque, mas aberta e francamente apoiados pelos interesses dos grandes capitais internacionais, com participação direta de diplomatas, políticos e militares norte-americanos; perpetraram o golpe que deu início a um dos períodos mais tristes e lamentáveis de nossa história. E de todo o cone sul do continente, pois veio a servir de modelo para as tão quanto sanguinárias e cruentas ditaduras impostas pelos Estados Unidos contra o desenvolvimento do processo democrático em Chile, Argentina e Uruguai, além do Brasil.


A este período correspondem a ausência de liberdade de expressão, a instituição da tortura, do abuso de poder, o assassínio de estudantes, trabalhadores e intelectuais. Acompanhado de um descaso social que provocou a miserabilização a que foi relegada a grande maioria da população brasileira em todas as regiões do país, promovendo a conglomeração das favelas que mais tarde geraram o desenvolvimento do crime organizado responsável pela violência urbana e a ampla distribuição de drogas que ainda afeta tantas famílias.

A decadência do ensino, o exílio de acadêmicos e da inteligência brasileira, a interrupção dos movimentos culturais, as distorções sociais, a concentração de renda, e o desenvolvimento de execrandas organizações criminosas repressivas como o Esquadrão da Morte, as polícias políticas, o poder abusivo. Todos estes fatores acompanhados da decadência de nossa formação e cultura, a inversão dos valores morais, a desorientação das massas populares, a desvalorização dos personagens de nossa história, inclusive dos próprios militares e de nossas forças armadas cuja função é a de defender não apenas o território nacional, mas sobretudo a pátria, verbete para o qual o mais popular dos dicionários brasileiros aponta os seguintes significados: "Pátria (s.f)- O país onde nascemos; torrão natal; terra. A terra dos pais. Lugar de origem; origem, berço. Lugar onde se encontra uma grande quantidade de coisas de um determinado gênero. Terra que se considera como a preferida, a melhor. (Dicionário Aurélio - séc. XXI).

Enfim, em 2002, mais uma vez os tradicionais aliados das forças armadas brasileiras as resgataram dessa torpe herança, elegendo para a presidência do país um dos de suas origens. Mais uma vez os militares brasileiros encontraram naqueles que não fogem a luta, o mesmo reforço que não lhes faltou na luta por nossa independência na Bahia, na refrega da guerra no Paraguai, ou nas pelejas por nossas fronteiras do sul.


Hoje, o militar brasileiro já não é mais encarado, como o eram em qualquer parte do mundo os militares latinos-americanos: ignorantes que abusavam dos poderes a eles constituídos. Hoje o militar brasileiro não é mais um títere tirânico de republiqueta de bananas, com um quepe na mão a colher verbas vendendo-se em troca de reprimirem seus próprios povos.

Em qualquer parte do mundo, sejam quais forem as divisas de uma farda brasileira, hoje se presta continência a instituição que representa uma nação soberana, reconhecida como liderança no hemisfério e importante contribuinte para o desenvolvimento da comunidade das nações.

Hoje, sequer passaria pela cabeça de qualquer Simón Bolívar a intenção de excursionar belicamente ao Brasil seja por quais caminhos fossem. A natureza da Amazônia continua tão inexpugnável quanto sempre foi, mas ainda não seria essa a razão a desestimular tal projeto, pois no mundo moderno o que realmente torna um país inatacável não são as muralhas, não são lanças e flechas, nem minas, mísseis e morteiros.

Chega a ser infantil, para não dizer estúpido, imaginar em pleno século XXI que apropriações ou desapropriações de quais e quantas áreas forem de terra, ar e mar, possam conter a belicosidade de satélites ou vírus mal intencionados.

Sequer a mais bem armada nação do mundo evitou o maior atentado aéreo da história, pois evidentemente o que hoje realmente defende um país é a dignidade de suas instituições e de seu povo. E nesse aspecto o povo e o exército brasileiro tem apresentado bons exemplos, apesar de algumas lamentáveis exceções.

Aliás, é bom lembrar que Tróia não caiu por causa de suas espetaculares muralhas, mas sim por acreditar em presentes de gregos. Mais que isso, pelo desrespeito e a indignidade do rapto de Helena.


Raul Longo
Pouso da Poesia
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quinta-feira, 24 de abril de 2008

Etapa final do FEMIC será nesta semana no CIC


O maior evento de música de Santa Catarina está chegando à reta final. O Festival da Música e da Integração Catarinense (Femic), promovido pelo Funcultural, que é gerido pela Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, definiu as 24 composições finalistas da segunda edição do evento. A etapa final acontece entre os dias 24 e 25, no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis. Está em jogo a premiação de R$ 30 mil (1º lugar - R$ 15 mil; 2º lugar – R$ 7 mil; 3º lugar – R$ 3 mil; melhor intérprete – R$ 1,25 mil; melhor instrumentista – R$ 1,25 mil; melhor arranjo – R$ 1,25 mil; aclamação popular – R$ 1,25 mil).

Do samba ao rock, a etapa privilegiou o ecletismo dos participantes sem distinção ou preferências por estilo. Para o diretor artístico do Femic, Luiz Meira, músico instrumentista que toca com Gal Costa, a expectativa é selecionar as melhores composições. “Nesta segunda edição do Femic, a organização buscou privilegiar as composições, focando na qualidade artística e criativa das obras inscritas”, declara.
Ao todo, 130 composições inéditas disputaram a semifinal no Estado. Nas nove cidades escolhidas para realizar a etapa (Ituporanga, Florianópolis, Blumenau, Joaçaba, Chapecó, Palmitos, Joinville, Lages, Criciúma) foram selecionadas 24 composições para concorrer na final. Dessas 24, apenas 12 disputam a premiação e participam da gravação do CD da segunda edição do evento. No dia 25, a partir das 21h, o público vai poder participar da gravação ao vivo do CD do segundo Femic, como ocorreu na primeira edição.

O evento surgiu com o objetivo de incentivar os novos talentos musicais do Estado.
O Femic recebeu 2,7 mil inscrições. Em todo o Estado, foram realizadas 36 etapas seletivas em cada região de abrangência das Secretarias de Desenvolvimento Regional (SDRs). Em 2006, a vencedora do 1º Femic foi a banda Nego Joe, de Itajaí, intepretando Canção da Paz.

Confira os 24 finalistas da segunda edição do Femic
Fontes: FEMIC e Secretaria de Turismo , Cultura e Esporte de SC

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Hoje tem Juju Moura e trio acústico no Armazém Vieira


Não esqueçam, hoje, dia 23/04, quarta-feira, a partir das 21 horas, o tradicional bar ARMAZÉM VIEIRA, ali na divisa do Saco dos Limões com o Pantanal, será o palco do que há de melhor na bossa nova e MPB. A apresentação será da cantora Juju Moura e de um trio acústico de primeira. O Haini vai de baixo, Reizinho de violão e o experiente Toicinho de bateria. Imperdível.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Inscrições estão abertas para XIV plenária Nacional do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação


A XIV Plenária Nacional do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) ocorrerá nos dias 16 e 17 de maio, em Brasília. O Fórum está com as inscrições abertas para o seu encontro anual. Na pauta, propõe uma prévia – com caráter deliberativo para a entidade – das discussões que serão temas de fundo para a Conferência Nacional de Comunicação.
Nos dias 16 e 17 de maio, em Brasília, o FNDC realizará a sua XIV Plenária. A entidade discutirá questões que serão a tônica da Conferência Nacional de Comunicação, como as relações entre convergência e a reestruturação do atual sistema de comunicação, controle público das comunicações e conteúdo democrático e cidadão.
“A escolha do tema da XIV Plenária, optando pela Conferência Nacional, se deve à sua importância tática e fundamental para a democratização da comunicação", afirma o Coordenador-geral do FNDC, Celso Schröder, explicando os objetivos do encontro. "O primeiro, é firmar as posições políticas do FNDC para intervir na Conferência. O segundo objetivo é que, com boa parte dos atores políticos da Conferência presentes em nossa Plenária, podemos testar posições e sinalizar um debate franco e democrático”, avalia. As plenárias – instrumento regular do FNDC – agem como uma “oxigenação política” prevista no estatuto da entidade.
A XIV Plenária abrirá as discussões com um seminário divido em três painéis . O evento, aberto ao público, terá a participação de organizações ligadas aos meios de comunicação, dos Ministérios das Comunicações e da Cultura, e representantes do Legislativo federal. As inscrições estão abertas.
Com o tema Convergência e a Comunicação Social, o primeiro painel pretende detectar problemas, construir acordos e definir diferenças “neste cenário de mudança de paradigma da área das comunicações”, de acordo com Schröder.
Reestruturação do Sistema e Controle Público é o assunto no segundo painel, que propõe reconstruir o atual modelo, vertical e centralizado, e discutir um marco regulatório que contemple a entrada de novos agentes.
Compreendendo que a democratização da comunicação é, na verdade, a democratização da produção e distribuição dos conteúdos torna-se necessário traçar políticas de estímulo e garantia para as produções comunitárias, independentes, regionais e nacional, de acordo com o Coordenador-geral do Fórum. Por isso, a proposta para o terceiro e último painel é discutir Conteúdo Cidadão.
Os painéis terão a participação de organizações ligadas aos meios de comunicação e representantes do executivo e do legislativo federal, como o Ministério das Comunicações, Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Brasileira de Concessionárias de Serviços Telefônicos Fixos Comutados (Abrafix), do Comitê Gestor da Internet (CGI), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Conselho de Comunicação Social e a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara Federal.

Para informações completas sobre a XIV Plenária:




Mobilização
Para a realização da XIV Plenária e mobilização para a Conferência Nacional de Comunicação, o FNDC está apoiando e subsidiando a movimentação dos Comitês Regionais da entidade.
Cada comitê regional é formado por, no mínimo, cinco entidades representativas da sociedade civil ou movimentos sociais com ou sem configuração jurídica. Embora tenham o incentivo e o amparo do FNDC em torno das questões a serem debatidas, as ações dos comitês são decididas localmente, por seus membros.


Redação :FNDC

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Mercosul debate meio ambiente


Será realizada entre os dias 16 e 18 deste mês, em Buenos Aires, a 44ª Reunião Ordinária do Subgrupo de Trabalho (SGT) nº 6 Meio Ambiente - Mercosul, com participação do Ministério do Meio Ambiente. O SGT-6 se reúne duas vezes por semestre em torno da pauta ambiental do Mercosul. São abordadas questões como cooperação; competitividade e meio ambiente; sistema de informação ambiental; e gestão de produtos e substâncias químicas, entre outros assuntos.Na reunião desta semana será discutida também a cooperação entre o Mercosul e a União Européia (UE). Nesse sentido, foram definidos três temas específicos para discussão: Sistema Global Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Substâncias Químicas (GHS); implementação da Estratégia Mercosul de Luta contra a Desertificação, a Degradação da Terra e os Efeitos da Seca; e implementação do Plano de Ação em Produção e Consumo Sustentável no Mercosul.Estarão presentes à reunião o coordenador alterno do SGT-6, Júlio César Baena, da Assessoria de Assuntos Internacionais (Asin), e o diretor do Departamento de Economia e Meio Ambiente, Luiz Fernando Merico, além de técnicos e especialistas da Asin e das secretarias de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental e de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano.
Fontes: MMA/ AmbienteBrasil

terça-feira, 15 de abril de 2008

O Festival Isnard Azevedo transforma Floripa em Teatro



O 15º Floripa Teatro – Festival Isnard Azevedo, realizado pela Fundação Franklin Cascaes está sendo realizado de 12 a 20 de abril. O festival foi criado para dinamizar a vida cultural da cidade, estimular a troca de experiências, e contribuir para a formação de platéia. O Festival que agora também é chamado de Floripa Teatro, ocorre nos Teatros Ademir Rosa (CIC), Álvaro de Carvalho (TAC) , da Ubro e nas ruas da cidade. Na Praça da Alfândega foi montada uma lona para apresentações de comédias. O Cena Aberta é realizado nos bairros, normalmente atingindo um público não habituado a ir ao teatro. O Cena Aberta será promovido em nove comunidades. Além de exibição de espetáculos, o evento também cumpre o papel de formar artistas com 24 oficinas ministradas pelos integrantes dos grupos que se apresentam no Festival. A partir deste ano o Isnard Azevedo deixa de ser competitivo, seguindo uma tendência que visa promover o encontro ao invés da competição.
Para saber a programação completa do Festival :

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Estudantes de Biguaçu ganharam viagem para Paris em concurso


Estudantes de Biguaçu que ganharam viagem para Paris e receberão os bilhetes de viagem na E.E.M. Professor Manoel Roldão das Neves

Pelo segundo ano consecutivo, estudantes da Grande Florianópolis foram premiados com uma viagem internacional. Em 2007, a dupla vencedora era de Palhoça e este ano Amanda Daniela Alves e Ana Éster Fernández, da 5ª série da E.E.M. Professor Manoel Roldão das Neves, de Biguaçu, acabaram de vencer o "Concurso Cultural Cidades ao Redor do Mundo - Quando nossas cidades contam de nossas vidas", promovido nos 25 países de atuação do grupo Veolia Environnement. O objetivo do concurso é ampliar a visão de mundo das crianças e despertar a atenção para o desenvolvimento sustentável das grandes cidades. Na próxima quarta-feira (16), às 15h, acontecerá na própria escola a cerimônia de entrega das passagens às crianças vencedoras.

Em parceria com a Unesco, o concurso foi organizado pela Proactiva Meio Ambiente Brasil e patrocinada pela AirFrance e pelo grupo Accor. Durante pouco mais de um mês, 19 mil estudantes de cinco cidades brasileiras (Iperó e Barueri em São Paulo; Biguaçu, São José e Florianópolis em Santa Catarina) apoiadas por um amplo material pedagógico, pesquisaram sobre seus municípios e conheceram outras cidades do mundo para, então, desenvolver uma redação e dois desenhos. Na redação a criança deveria mostrar sua cidade e apresentar um projeto para o futuro que permita que ela conviva com seus habitantes e com o meio ambiente de forma harmoniosa. Já os desenhos deveriam representar o município nos dias atuais e o projeto descrito na redação.
A avaliação
A escolha dos trabalhos aconteceu na sede da Proactiva, em São Paulo, e durou cerca de duas horas. Participou uma equipe formada pelo corpo de diretores de Proactiva e uma representante de Air France. Foram analisados 15 projetos, compostos de dois desenhos e uma redação. "Cada cidade fez uma final local para escolher os desenhos que seriam encaminhados para a final nacional. Foram mais de 8.000 projetos (desenhos e redação) e 19.040 participantes de cinco cidades, 93 escolas e 470 classes", informa Márcio Neves, analista de Comunicação da Proactiva.
Durante o evento de premiação, na próxima quarta-feira (15), além de serem entregues os bilhetes de viagem às crianças, serão apresentados os materiais vencedores. As alunas receberão como prêmio uma viagem de quatro dias para Paris, onde participarão de um roteiro turístico pelos principais pontos da cidade e de um encontro que acontecerá na abertura da exposição dos projetos dos vencedores dos outros países.
Saiba mais
Após o sucesso das campanhas "Ao Redor do Mundo", que incentivaram a preservação do Meio Ambiente, a Veolia Environnement e a Proactiva Meio Ambiente resolveram lançar a quinta edição de um concurso com alcance mundial voltado a crianças de oito a 11 anos. A idéia era sensibilizar as populações para o desenvolvimento sustentável no mundo. Em 2007, o concurso mobilizou mais de 11 mil crianças no Brasil e 53 mil em outros 25 países. Jéssica Schuwaitzer e Gabrielly Hamad, da cidade de Palhoça, ganharam um passeio por Paris onde participaram da cerimônia de inauguração da exposição Máscaras ao Redor do Mundo, tema do concurso no ano anterior, realizada no museu do cais de Branly.
Proactiva Meio Ambiente Brasil
A Proactiva Meio Ambiente Brasil é uma joint venture do grupo francês Veolia Environnement e do espanhol FCC. Atua na América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Venezuela, Colômbia e México) nos segmentos de limpeza urbana (varrição e manutenção de vias, coleta de lixo, manutenção e conservação de espaços públicos), gerenciamento, transporte e destinação de resíduos industriais, operação e gerenciamento de aterros sanitários públicos e industriais e serviços ambientais (recuperação de áreas degradadas, licenciamento ambiental etc).
No Brasil, a empresa opera um dos mais modernos e eficientes aterros sanitários do País (Aterro de Tijuquinhas em Biguaçu-SC), atendendo mais de 22 municípios da região. Em São Paulo, a Proactiva é a responsável por um dos mais eficientes e modernos sistemas de limpeza urbana na cidade de Barueri, onde é responsável pela varrição das vias, manutenção dos espaços verdes, coleta do lixo domiciliar e hospitalar, além da realização de mutirões de limpeza e conservação da cidade.

Concurso Cultural Cidades ao Redor do MundoVencedoras - Amanda Daniela Alves e Ana Éster FernándezSérie - 5ª série 2Escola - E.E.M. Professor Manoel Roldão das Neves de BiguaçuProfessoras - Andréia Dalpasquale Casarin e Ieda Juciamaira de SouzaOliveira
ANEXOS - Redação e desenhos vencedores

Mais informações: http://www.proactiva.com.br/

Site do concurso no Brasil: www.proactiva.com.br/concurso

Site internacional: www.veolia.com/globe
Assessoria de imprensa Proactiva Meio Ambiente Brasil

Juliana Pamplona / Karyna Pereira / Kelly Magalhães48 3035.5503 / 9981.0506 / 9971.5056 / 9942.8275


sábado, 12 de abril de 2008

A boa notícia da semana: Brasil é 2º em ranking de redução de mortalidade infantil



O Brasil ocupa a segunda posição entre os dez países que mais conseguiram reduzir o número de mortes de crianças com menos de cinco anos desde 1990, de acordo com uma edição especial sobre as Metas do Desenvolvimento do Milênio preparada pela revista médica britânica The Lancet.
O Brasil só ficou atrás do Peru na lista dos países que mais avançaram e vai precisar reduzir em apenas 0,6% a taxa de mortalidade infantil até 2015 para alcançar a meta.
O Brasil reduziu de 57 para 20 o número de mortes nessa faixa etária a cada mil nascimentos entre 1990 e 2006, uma diminuição de 65%. A meta do país para 2015 é reduzir para 19 o número de mortes a cada mil nascimentos.
A edição especial da The Lancet foi elaborada com base no relatório Contagem Regressiva para 2015 - Sobrevivência Infantil e Maternal, preparado por um grupo que monitora as medidas adotadas por 68 países para alcançar as Metas do Desenvolvimento do Milênio referentes ao assunto.
Fontes: BBC e SINTRAFESC

Artigo: Festival da Música e Integração Catarinense se consolida em Florianópolis


Festival da Música e Integração Catarinense se consolida em Florianópolis
Por Joana Cabral Costa

Na noite desta quarta-feira, 9 de abril, diversos músicos da ilha se encontraram no Teatro Álvaro de Carvalho na eliminatória semi-final do 2°FEMIC (Festival da Música e da Integração Catarinense) em Florianópolis.
Idealizado pelo músico e produtor musical Luiz Meira, o festival é realizado com apoio da Secretaria de Estado do Turismo, Cultura e Esporte, através do Funcultural.
O ecletismo das apresentações e os diferentes estilos das bandas e interpretações, chamaram a atenção do público, que pôde curtir do Samba ao Rock, composições inéditas e originais.
A banda Femic, composta por renomados músicos escolhidos pela organização, deu um show à parte na abertura. Logo em seguida, o festival deu início com a menina Amanda, solista do coral do Instituto Estadual de Educação, que com apenas 14 anos, impressionou a todos com a sua belíssima voz e interpretação da música Tererê de Gilson Duarte.
O evento contou também com a Banda Coletivo Operante, apresentando a irreverente música Galhada, de Luiz Maia, interpretada pelo jornalista e cantor Caio Cezar. Além da banda Os Berbigão com a cantora Julie Philippe, interpretando Vento de Daniel Daniel Pellegrini. O Grupo Gente da Terra defendeu a música Rascunho de Papel de Amaro Manuel da Costa, na belíssima voz e interpretação de Camélia Martins.
O show foi abrilhantado com a interpretação de Emília Carmona, e Rafael Oliveira, defendendo a sua música Zero Zero. Além dos meninos da Samambaia Sound Club que interpretaram a música Não, de Marco Antônio Oliveira, e a interpretação de Jardim das Delícias pela Banda Gubas e os possíveis Budas.
Mas o samba mostrou seu valor, na voz de Jeisson Dias e Rachel Barreto, com a música Anjo Gabriel levantando o público do teatro, que aplaudiu de pé a simplicidade e a musicalidade do samba manezinho. Diretamente da escola do Mestre Tião para os palcos da cidade.
A eliminatória foi encerrada com a apresentação da Banda Nego Joe, de Itajaí, reconhecida na primeira edição do festival. Segundo o músico e organizador Luiz Meira a etapa final do festival contará com a presença de artistas convidados, como o músico e ator Tony Garrido.
Foram classificadas para a final, a ser realizada no Teatro do CIC, entre os dias 24 e 25 de abril, as composições: Travesseiro de Estrelas de Ryana Gabech, Fuck Fuck de Vitor Zimmerman, Jardim das Delícias de Gustavo Barreto, Anjo Gabriel do sambista Jeisson Dias Schmidt e Não de Marco Antônio Oliveira.
Parabéns à nova geração de músicos Catarinenses, e aos idealizadores do evento, porque é graças a esse tipo de iniciativa que se tem oportunidade de difundir a cultura catarinense e reconhecer o trabalho dos anônimos.

Nossa correspondente cultural Joana Cabral Costa é cantora e estudante de jornalismo.
cabraljoan@hotmail.com





quinta-feira, 10 de abril de 2008

Festival Multicultural do Mercado Público se despede nesta quinta-feira, 10 de abril


Depois de cinco semanas de atividades o Festival Multicultural do Mercado Público de Florianópolis se despede nesta quinta-feira, dia 10 de abril. Manifestações culturais de diversas naturezas alegraram o Vão do Mercado durante um mês. A Associação Pró-Floripa pretende incentivar novas manifestações culturais no Vão do Mercado Público, espaço democrático e palco natural de Florianópolis.

Esta quinta-feira, dia 10 de abril, vai ser especial no Mercado Público, pois vai marcar o encerramento do Festival Multicultural do Mercado Público de Florianópolis. Todas as quintas-feiras, desde o último dia 13 de março, o Vão Central do Mercado foi palco de diversas manifestações artísticas que procuraram atrair os olhares do público para o local que atualmente encontra-se um pouco afastado da sua vocação cultural.
O Festival foi uma iniciativa da Associação Cultural Pró-Floripa, que tem por objetivo revitalizar o Mercado Público e atrair a população de Florianópolis para o espaço histórico que é um dos principais cartões postais do Estado de Santa Catarina.
Nestas semanas de Festival, centenas de pessoas puderam conferir gratuitamente, sempre das 14h às 17 horas, variadas apresentações de manifestações típicas da Ilha, como o Boi de Mamão, o pau de fira e contação de histórias. Além disso, confirmando a diversidade do Festival Multicultural, danças afro, capoeira, arte circense e teatro de fantoches também tiveram espaço nesta festa democrática. Paralelas a estas apresentações, as oficinas de cestaria, renda de bilro, olaria, tear, tarrafa e reciclagem foram atrações à parte.
Todas estas atividades e a programação elaborada do Festival Multicultural foram pensadas e organizadas cuidadosamente por uma equipe de profissionais comprometidos no resgate cultural do Mercado Público. Além disso, os 120 comerciantes que atuam no espaço que é a sala de visitas de Florianópolis também apoiaram a iniciativa de valorizar estes estabelecimentos e, principalmente, os bares e restaurantes do Mercado Público. “Queremos trazer a população para o Mercado Público, queremos que as atividades culturais sejam constantes no local, substituindo as tristes cenas de prostituição e tráfico de drogas que podem ser observadas com freqüência no Mercado e imediações”, diz Roseli Rosana Dalabona que é a presidente da Associação Cultural Pró-Floripa, além de ser uma das comerciantes e ex- gerente do Mercado Público.

Despedida em alto estilo

Para marcar a última quinta-feira de atividades do Festival Multicultural do Mercado Público a programação está caprichada. A partir das 11 horas vai ser dada a largada das apresentações com a participação de um grupo de boi de mamão. Na seqüência vai ter ratoeira, teatro de fantoche, folclore alemão, dança flamenca e dança afro. Até as 16:30 desta quinta-feira, dia 10 de abril, a população vai poder conferir estas atrações gratuitamente no Vão Central do mercado onde também vão estar acontecendo as oficinas de cestaria, olaria, rendeira e tear. As oficinas de reciclagem que ensinam a transformar óleo em sabão e embalagens plásticas em bolsas e acessórios prometem ser destaques.

Serviço:

O que: Festival Multicultural do Mercado Público de Florianópolis
Quando: 10/04 – das 11h às 18 horas – Encerramento
Onde: Vão Central do Mercado Público - no Espaço Cultural Luiz Henrique Rosa.

Programação:

11h Boi de Mamão
12h30 Ratoeira (teatro, contação de história)
13h30 Teatro de fantoche
14h30 Folclore alemão
15h30 Dança Flamenca
16h30 Nega e Nícolas - Dança Afro

OFICINAS ARTESANATO:
- cestaria
- olaria
- rendeira
- tear

OFICINA RECICLAGEM
- óleo (sabão)
- embalagem plástica (bolsas e acessórios)

Assessoria de Imprensa do Festival Multicultural do Mercado Público
Juliana Pamplona/ Karyna Pereira/ Kalyta Camargo fone: 48 3035.5503/ 9981.0506/ 9971.5056/ 9902.3220

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Movimento de adoção de animais domésticos




O movimento de proteção animal de Floripa promove mais uma feira de adoção de cães e gatos. Vai ser Sábado que vem(12/04) na Clínica Cão e Gato em Capoeiras.


Mais informações : fone: 48- 3248-7456 e 88194847


Vamos divulgar gente!


Denise Castro conta a história da Bossa Nova em show

Denise de Castro, pianista, cantora e compositora apresenta um show aonde conta a história da Bossa Nova, na comemoração dos 50 anos do movimento musical que viria a modificar profundamente a música popular brasileira. Além do piano e voz, o show conta com Silvia Beraldo (sax e flauta), Alexandre Vicente (contrabaixo) e Victor Bub (bateria). Balanço da Bossa, arranjos exclusivos que valorizam a performance de cada músico.
O Show Balanço da Bossa acontecerá no
dia 09/04, nesta quarta, às 21:00h, no Bar Armazém Vieira , fone:(48) 3333 86 87 , ali no Saco dos Limões.
Couvert: R$ 10,00
E no dia 10/04, nesta quinta, também às 21:00h no Café dos Araçás, na Rua Manoel Severino de Oliveira nr. 19 na Lagoa da Conceição. Fone: (48) 3232 1101 /8411-1101
Couvert: R$ 7,00

Esta dica foi enviada pela amiga, cantora e estudante de jornalismo Joana Cabral.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Banda Portal Brasil se apresenta no Cine York em São José


Quer juntar o útil ao agradável? Então vai na sexta-feira que vem (dia 11/04) no Cine York em São José. O lugar é maravilhoso, de bom gosto e dá inclusive pra pegar um bom filme de arte. A partir das 21.30hs, a banda Portal Brasil se apresenta tocando chorinho, samba e MPB. O bar é maravilhoso e o João Paulo e seus amigos do quarteto garantem a animação. Tá esperando o que istepô? Dá até prá dançar entre um chopinho e outro...

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A Primeira Missa no Brasil de Victor Meirelles em Florianópolis






O MASC - Museu de Arte de Santa Catarina, que fica no interior do CIC ( Centro Integrado de Cultura)na Av. Beira mar Norte na Ilha, está expondo, com apoio do Governo Federal e do Museu Nacional de Belas Artes, a exposição “Primeira Missa no Brasil – Renascimento de uma pintura” de Victor Meirelles. Até agora a exposição só aconteceu nos EUA e em Curitiba. A exposição encontra-se inserida no projeto de trabalhos acadêmicos desenvolvidos por técnicos do Museu Nacional de Belas Artes/IPHAN/MINC e focaliza, principalmente, o processo de restauração da tela. A obra foi totalmente recuperada estruturalmente, em minucioso trabalho de restauração realizado em 2006, patrocinada pelo BNDES e Ministério da Cultura, nos Laboratórios do Museu Nacional de Belas Artes, como também, uma cuidadosa analise cientifica da obra foi feita, através de metodologia desenvolvida por pesquisadores da COPPE/UFRJ, do Rio de Janeiro.
O manezinho,Victor Meirelles de Lima, nascido em Desterro, foi um dos principais pintores brasileiros do século XIX. Predileto do Imperador Pedro II, conheceu a glória e o esquecimento. Sua vasta obra nos oferece uma visão privilegiada da formação de um artista no século dezenove no Brasil.


Abertura: 3 de abril de 2008 às 19:30h.


Visitação: Entrada Franca, de terça a domingo, das 13h às 21h de 3/04 a 11/05 de 2008.


Imperdível! Parece que o MASC está tentando ampliar o horário de visitação, é bom conferir...


Mais informações:

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Dia Mundial de Sensibilização sobre Autismo




Hoje, 2 de abril, comemora-se o dia mundial da sensibilização sobre o Autismo. Mas você sabe realmente o que é o autismo?
Ainda sem causas conhecidas, (talvez genética) , é chamado de síndrome (conjunto de sintomas) , sendo classificado pela primeira vez em 1943 pelo médico austríaco Leo Kanner, trabalhando no Johns Hopkins Hospital nos EUA.

O autismo é um transtorno neuropsiquiátrico que afeta o indivíduo em três áreas: interação social, comunicação e imaginação. O termo vem do grego “autós” (”de si mesmo”). Segundo dados do Center of Disease Control and Prevention - CDC, atinge 4 vezes mais os meninos que as meninas, e em 2007, atingia 1 em cada 150 crianças nos EUA, até 8 anos de idade, superando o número de câncer , AIDS e diabetes infantil somados. Ainda no site do CDC, encontramos a informação de que entre gêmeos idênticos, se uma das crianças tem autismo, então a outra será afetada aproximadamente em 75% dos casos. Já no caso de gêmeos não idênticos é aproximadamente 3%. Pais com uma criança com ASD (Autism Spectrum Disorder) têm 2% a 8% de chance de ter um segundo filho também afetado. Esses dados seriam indícios que a causa seja mesmo genética. Outros autores acham que a causa pode ser multifatorial.
Existem uma gama enorme de graus e variações de autismo. O transtorno do déficit de atenção / hipertividade e o distúrbio obsessivo - compulsivo são dois exemplos de espectros do autismo (variações do autismo).

E há uma corrente importante de pesquisadores que acreditam que não se deve "patologizar" os autistas. Não há um diagnóstico eficiente por meio de exames e outras coisas do tipo, o negócio é a observação, o que não é fácil. Os sintomas são detectados antes dos três anos, por volta dos 18 meses, já que a criança começa a apresentar comprometimento em seu desenvolvimento psiconeurológico, afetando a comunicação (fala e entendimento) e o convívio social, apresentando em muitos casos, um retardo mental . Mas vale ressaltar que muitas vezes os autistas são inteligentes e em outros casos apresentam fala intacta.

Para saber mais sobre o autismo leia em :



“Seu Maneca” vai visitar o Mercado Público de Florianópolis nesta quinta-feira

Segue até o próximo dia 10 de abril as atrações do Festival Multicultural do Mercado Público de Florianópolis, que acontece todas as quintas-feiras no Vão Central do Mercado. Para o dia 3 de abril as atrações são variadas e o Seu Maneca, tradicional personagem manezinho, promete ser um dos destaques.

Nas tardes das últimas três quintas-feiras o Mercado Público de Florianópolis foi palco de diversas manifestações artísticas e culturais que utilizaram o Vão do Mercado Público, um dos espaços mais democráticos da cidade, como palco. Estas atividades fazem parte do Festival Multicultural do Mercado Público de Florianópolis, que segue até o próximo dia 10 de abril. A proposta do Festival é apresentar a diversidade cultural que se manifesta em Florianópolis em diversas frentes. Gratuitamente a população poderá acompanhar amanhã, dia 3 de abril, a partir das 14 horas, mais uma etapa das apresentações que tem na programação desde teatro com o manezinho famoso Seu Maneca, até boi de mamão. Além disso é possível acompanhar as oficinas de cestaria e tear que vão acontecer durante toda a tarde desta quinta-feira. .

As atrações acontecem das 14h às 17h, conforme o cronograma abaixo. Já as oficinas acontecem durante todo este período.

3 de abril - quinta feira
Local: Vão Central Mercado Público Municipal de Florianópolis
Inicio: 14horas
Apresentações:14h – Teatro com Seu Maneca
15h – Dança de Salão – Salsa e forró
16h – Boi de Mamão dos Ingleses
17h – Dança de Salão – Tango e Salsa

Oficinas de:
1 – Cestaria
2 – Tear

fonte:
www.alvodecomunicacao.com.br

terça-feira, 1 de abril de 2008

Artigo: Meditação e ética: duas tradições

Abaixo publicamos a reflexão do amigo e colega , o jornalista e professor universitário Dr. Sérgio Boeira:

Meditação e ética: duas tradições
Sérgio Luís Boeira
A tradição oriental e a tradição ocidental encontram nos termos "meditação" e "ética" um tema complexo, que desperta divergências e também convergências. Na tradição do oriente sobre meditação não há espaço para a reflexão, para a análise. Pelo contrário, a meditação indica o caminho da não-reflexão, da não-análise. Os ocidentais, em geral, não compreendem como isso possa fazer algum sentido. Para o mundo ocidental, meditar é o mesmo que refletir, mas ao pensar assim o que se consegue é apenas confundir reflexão com meditação. Na tradição oriental, fala-se com certa frequência em meditação como um processo pelo qual é possível deixar a mente vazia, sem pensamentos. Na realidade, a mente não pode constatar seu próprio esvaziamento, pois no momento em que fizesse isso estaria novamente pensando...! Meditar é um paradoxo da mente, pois ao mesmo tempo em que os pensamentos perdem sua agitação, ganham em qualidade e força. Tal força não é um meio, não é a posse de algo. Meditação não pode ser confundida com um instrumento, uma ferramenta, um meio para atingir algo previamente imaginado, pensado, já que para meditar é preciso dispor-se a abandonar os pensamentos, em vez de fortalecê-los, ou seja, é preciso despoluir a mente, em vez de buscar a posse de algo, seja concreto ou abstrato.

Na tradição ocidental, pensar com cuidado, com algum método, com alguma disciplina, com alguma introspecção, dobrando o pensamento sobre si mesmo, é visto como sinônimo de "reflexão". Assim, na tradição filosófica sobre a ética, por exemplo, a reflexão sobre as condutas morais, sobre os valores que orientam as condutas, sobre as conseqüências das condutas - tal reflexão fez, ao longo dos séculos, com que a ética se tornasse diferente da moral, embora tenham surgido como sinônimos. A ética não é mais costume, como era na antigüidade. Agora é reflexão sobre os costumes. Mas não sobre quaisquer aspectos dos costumes. A reflexão ética sobre os costumes busca nestes os aspectos morais, ou seja, aqueles aspectos que estão vinculados ao que se considera "bem" ou "mal" em cada região, em cada momento histórico. A reflexão ética de certa forma busca analisar a qualidade da moral, observar se os atos e comportamentos relacionados a bem e mal são coerentes em cada contexto. Visa também orientar os atos e comportamentos apontando, neles, as contradições, as falhas, a relação entre princípios, meios e conseqüências. A reflexão ética, em princípio, nada tem a ver com meditação. Faz parte de uma outra tradição. No entanto, ao aprofundarmos um pouco mais a compreensão sobre os efeitos da meditação, descobrimos que há uma salutar convergência entre ética e a busca de uma despoluição da mente, de um esvaziamento da mente. Acontece que a ética e a meditação se encontram na qualidade de vida e de pensamento, na qualidade da sensibilidade para a auto-observação, na capacidade de desapegar-se de hábitos, de condicionamentos. Para a ética, a meditação serve como uma preparação salutar no processo de compreensão distanciada e crítica dos comportamentos, dos atos, dos seus princípios e consequências. Para a meditação, a ética é inicialmente apenas mais uma parte da mente vinculada a uma idéia, a um conceito. A meditação não parte da ética. Não parte de nenhum objetivo que não seja a própria meditação. Por isso é um paradoxo, um processo complexo.

Há termos que muitas vezes são confundidos com meditação, como concentração, mentalização, etc. Nada disso é o mesmo que meditar. A concentração, por exemplo, pode ser um efeito da mente que deixou sua fase dispersiva para trás. Então é um efeito da meditação. A mentalização, por sua vez, pode ser uma prática de imaginação visando potencializar a mente e o corpo, visando firmar alguns objetivos na vida. Isto também não é meditação, embora possa fazer parte de um modo de vida em que a meditação é algo central.

A meditação começa com a auto-observação, ou seja, com a percepção de si mesmo, sem pretensão de analisar a si mesmo. Análise é um processo de fragmentação e a meditação é um processo de reunificação da mente consigo mesma. Apontam para direções opostas.

A meditação pode incluir técnicas de relaxamento, mas não se resume a isso. Não depende de nenhuma técnica, com um começo, meio e fim. A mente torna-se meditativa à medida que se torna sensível aos seus movimentos internos, à respiração (que liga o consciente ao inconsciente), às circunstâncias em geral.

Para começar a meditar não é preciso ter um local apropriado para relaxar. É possível auto-observar-se sem julgar a si mesmo em qualquer circunstância. É possível observar os movimentos da respiração, escutar atentamente os sons ao redor, tornar-se altamente perceptivo, sem pretender analisar ou julgar nada. Não é meditativa a mente que está preocupada em atingir um objetivo por meio da meditação, seja qual for o objetivo, pois isto se torna um obstáculo ao processo de meditação.

Assim, a ética pode visar a felicidade, mas a meditação só pode visar a redução e se possível a eliminação dos pensamentos.

A ética pode beneficiar-se da meditação e vice-versa.
Mas enquanto a ética pode tomar a meditação como um meio de desapego em relação ao que pretende analisar, a meditação não pode tomar a ética como um meio para avançar no seu processo, porque isso só a faria recuar. Qualquer análise faz a meditação recuar, até mesmo a análise que se apresenta como ética.

Assim, as duas tradições, a da reflexão e da meditação, podem encontrar-se na ética como bem-estar, como felicidade, como desprendimento ou desapego, mas não como análise.

Entretanto, a mente meditativa não perde a condição de mente reflexiva, pois os pensamentos voltam sempre à mente, de forma natural, com maior ou menor força, com mais ou menos dispersão e fragmentação. A mente meditativa pode então adquirir, ao longo do tempo, melhores condições de tornar-se reflexiva, analítica, além de meditativa.

Por isso essas duas tradições têm muito que aprender entre si, somando suas qualidades e subtraindo suas incompatibilidades.

Para azar do preconceito e da superficialidade...

Sérgio Luís Boeira