Daniel Lima
Agência Brasil -FNDC
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje a democratização da cultura, em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente. Lula afirmou que é extremamente importante a cultura estar ao alcance do povo. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, também participou do programa.
Na semana passada o governo enviou um projeto de lei ao Congresso Nacional que cria o Vale-Cultura, com valor nominal de R$ 50. Durante o programa, Lula explicou o objetivo do Vale-Cultura, que é criar possibilidades para que as pessoas mais pobres tenham acesso a atividades culturais, a livros e DVDs.
Juca Ferreira destacou que a iniciativa deve permitir que um número entre 12 e 14 milhões de brasileiros comece a frequentar cinemas, teatros, tenha a possibilidade de comprar CDs, s e livros. Segundo o ministro, o funcionamento é muito simples e muito semelhante ao Vale-Refeição. “Só que em vez de alimentar o estômago vai alimentar o espírito”, disse.
O ministro lamentou que o país viva em um apartheid cultural. “O número de brasileiros que tem acesso à cultura é muito pequeno, nunca chega a 20%. A única exceção é a TV aberta”
Juca Ferreira lembrou que apenas 14% dos brasileiros vão ao cinema uma vez por mês com alguma regularidade, 96% dos brasileiros nunca entraram num museu, 78% da população nunca viram um espetáculo de dança, 93% nunca foram a uma exposição de arte.
“Ou seja, a gente até hoje nesses 500 anos de Brasil, não conseguiu integrar a população brasileira na cultura”.
Lula afirmou que, além de trabalhar, constituir família e cuidar dela, o povo precisa ter acesso à cultura. Para ele, a cultura tem que estar ao alcance de todos e o cidadão que mora na periferia a duas horas de ônibus do centro de uma capital não deveria pagar dois ônibus para ir ao cinema, por exemplo.
“É o cinema que tem que estar mais próximo dele, é o teatro que tem que estar mais próximo dele”.
O presidente deixou claro ainda que esse é apenas o primeiro passo, pois espera se unir aos prefeitos, governadores e empresários para levar atividades culturais à periferia mais “longínqua, onde as pessoas estão, a possibilidade de acesso ao conhecimento cultural”.
Edição: Tereza Barbosa
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