sexta-feira, 19 de março de 2010

Rede social carece de modelo de negócio, dizem especialistas

Pedro Canário
Teletime- FNDC

Investir em redes sociais tem se tornado uma estratégia quase obrigatória para as empresas que querem saber a opinião dos clientes em relação a produtos ou serviços. O problema é que essas ferramentas ainda são relativamente recentes e a maioria das empresas não têm conhecimento de como usá-las em prol do negócio. A razão disso é que ainda não existe um modelo de negócio eficiente.

A observação foi feita pelo sócio-diretor da MPP Solutions, Marcelo Póvoa, durante palestra no Web Expo Forum, nesta quarta-feira, 17, que ocontece em São Paulo. Para o executivo, as redes sociais ainda não atingiram a maturidade, por isso é difícil afirmar qual é a "estratégia vencedora" para esse tipo de ambiente. Segundo Póvoa, antes, os sites de buscas e as primeiras ferramentas de relacionamento eram gerenciados por pessoas, dependendo totalmente de conhecimento humano. Hoje, o que ocorre é uma dependência cada vez maior de tecnologias de varredura baseadas em algoritmos para a busca de informações relevantes.

Póvoa cita o exemplo da primeira versão do Yahoo, que chegou a liderar o mercado de buscas com um site compartimentado em inúmeras subcategorias de conhecimento, cujo conteúdo era organizado por uma equipe de biblioteconomistas. "Logo a web cresceu e a mão de obra tornou-se insuficiente, abrindo espaço para o Google, que apareceu justamente com um conhecimento técnico diferenciado capaz de fazer buscas por toda a internet", conta ele, ao dizer que as redes sociais, a exemplo do Facebook e de suas ferramentas de venda de publicidade, estão seguindo o mesmo caminho. É aí, segundo Póvoa, que há a necessidade de um modelo economicamente sustentável de negócio.

O diretor de vendas e negócios da Accenture, Mario Faria, corrobora a visão do diretor da MPP Solutions, para quem o problema se deve grande parte ao desconhecimento das empresas e dos gestores de orçamentos em relação às mídias sociais. Segundo Faria, a falta de interesse por parte do mercado corporativo, aliada à falta de um modelo de negócio sólido, acabou resultando em estratégias sem propósito na web.

A opinião de Cesar Paz, diretor presidente da AG2 e presidente da Associação Brasileira de Agências Digitais (Abrad), as redes sociais precisam ser mais bem compreendidas pelo mundo corporativo, para que possam ser criadas estratégias mais claras, com objetivos definidos. "O importante não é entender o que leva as pessoas às redes sociais, e sim entender que as redes sociais são ferramentas para suprir uma necessidade que as pessoas têm de se comunicar."

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