A segunda edição revista de Teorias de aquisição da linguagem, organizada pelas professoras e pesquisadoras Ronice Müller de Quadros e Ingrid Finger, reforça a política de inclusão social priorizada pela atual gestão da Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC).
Como não existe até hoje uma teoria ou abordagem única, o livro tem o mérito de apresentar e contextualizar as principais correntes teóricas que vêm norteando as pesquisas em aquisição da linguagem. São 276 páginas, sete capítulos e sete autores. As 62 páginas de referências bibliográficas refletem o conteúdo, a pluralidade e a abrangência dos textos apresentados.
O livro também faz uma justa homenagem à professora Leonor Scliar-Cabral, pesquisadora de referência internacional no campo das pesquisas em aquisição da linguagem do Português brasileiro. Ela contribuiu com o capítulo intitulado Evolução das pesquisas em aquisição da linguagem oral monolíngue no Brasil. Leonor constatou que nas últimas décadas houve um “amadurecimento teórico e metodológico dos pesquisadores”. Isso, na sua opinião, deve-se ao surgimento de novos centros de investigação, de novas lideranças e de novos e mais cursos de pós-graduação em Letras e Linguística. Uma prova dessas mudanças está na própria UFSC, que lidera programas e pesquisas em nível nacional e internacional.
As organizadoras Ronice Müller de Quadros e Ingrid Finger reconhecem que houve um enorme progresso na área nos últimos 50 anos. Hoje, constatam, “várias são as perspectivas adotadas e elas contribuem para uma melhor compreensão de como se dá esse impressionante processo”.
Ingrid Finger abre o livro com o artigo “A aquisição na perspectiva behaviorista”. O behaviorismo estuda o comportamento do humano e do inumano. John B. Watson é tido como principal fundador da escola. Mas, atualmente, o behaviorismo é mais associado a B.F. Skinner, que testou as teorias de Watson em laboratório. A autora realça que as ideias behavioristas “serviram de base para a teoria comportamental” que ajudou, por exemplo, a desenvolver técnicas de tratamento de crianças autistas. A pesquisadora reconhece a contribuição desse tipo de abordagem. No entanto, sublinha, “sabemos que simples imitação e prática não são capazes de explicar algumas das formas linguísticas que são criadas pelas crianças, que vão muito além das estruturas que elas ouvem na interação com os adultos”. A realidade aponta que “as crianças possuem capacidade de adquirir padrões gramaticais bastante complexos e conseguem generalizá-los a contextos inteiramente novos”. A explicação desse fenômeno desafia os autores ao longo dos sete capítulos do livro.
Ingrid Finger é professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Já Ronice Müller de Quadros é pesquisadora do CNPq e é docente no Curso de Letras Libras (Língua Brasileira de Sinais) da UFSC. Não é de hoje que se estuda a natureza do desenvolvimento linguístico da criança. Teorias de aquisição da linguagem é um livro que pode provocar nos alunos de Letras e áreas afins uma mudança de paradigma das abordagens aparentemente consagradas. A proposta da obra reforça as políticas públicas de inclusão social.
Mais informações:
Editora da UFSC: (48) 3721-9408www.editora.ufsc.brDiretor executivo: Fábio Lopes, / (48) 9933-8887
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Moacir Loth / Jornalista na Agecom / UFSC
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