Quem veio primeiro: o ovo ou a galinha? Esse e outros questionamentos estão presentes na peça O Ovo, que retorna ao palco do Teatro da UFSC neste fim de semana: dia 29 às 21 horas, e dias 30 e 31 às 20 horas. A produção é montagem final da disciplina Processos Criativos, do Curso de Artes Cênicas da UFSC. A entrada é gratuita e aberta à comunidade, mas os ingressos são limitados e serão distribuídos 30 minutos antes da apresentação da peça.
Sinopse
Um tempo que não foi, não aconteceu. Um tempo parado na mais profunda vaidade humana. Uma espera que se perdeu, uma espera que não ocorreu. Que bom que terminou. E o sol da nova manhã desvela outras clareiras. Nada como um dia após o outro. É agora?
Experiências de montagem
A ideia para a montagem da peça O OVO surgiu no final de 2012. No princípio não fazia parte da disciplina Processo Criativo, mas dois anos mais tarde surgiu a oportunidade e assim os integrantes buscaram concretizar a ideia, que teve sua estreia em julho deste ano.
O OVO propõe questionar a condição humana. Para tanto, Valquiria Vasconcelos da Piedade compôs a dramaturgia através de textos do filósofo Friedrich Nietzsche (Assim Falou Zaratustra), de Martin Heidegger (Construir, Habitar, Pensar), do escritor Dostoiévski (Crime e Castigo), e de algumas fábulas de Esopo. Por meio de uma perspectiva trágica da dramaturgia, optaram por uma estética que aproxima do teatro do absurdo, tendo o dramaturgo romeno Eugène Ionesco, principalmente o seu texto “As Cadeiras”, como guia para a construção das metáforas de O OVO. A Principal discussão do texto permeia a relação do homem com a verdade e o tempo e também dos homens entre homens.
Por que O OVO? O título da peça surgiu depois que a dramaturgia foi composta, dizem os integrantes da peça. Segundo o grupo, a imagem do ovo possibilita muitas perguntas fundamentais, a começar por aquela tão popular: quem veio primeiro: o ovo ou a galinha? O ovo como metáfora permite questionar sobre o nascimento, a vida, a morte, o novo, o velho, a verdade, as verdades, a esperança, o medo daquilo que vem ou daquilo que não vem, entre outras questões.
O trabalho realizado é requisito obrigatório do Curso de Artes Cênicas. Cada grupo é acompanhado por um professor-orientador. Para este trabalho, o orientador foi o professor Daniel Alberti. Para a confecção de cenário, figurino e iluminação, o grupo foi auxiliado pelos técnicos Guilherme Rosário Rotulo, Rachel Teixeira Dantas e Gabriel Guedert e Luciano Bueno. Como quesito obrigatório do programa, os alunos se organizam em um grupo de oito integrantes e entre eles foram divididas as funções. Os alunos salientam que o trabalhado na disciplina de Processos Criativos tem relação direta com tudo aquilo que eles, os acadêmicos, pesquisaram durante o período, de cerca de 7 semestres, no Curso de Artes Cênicas da UFSC: enfatizam o Plano Textual, que consiste na questão dramatúrgica do texto, assim como o Plano Cênico, ao trabalharem as relações triangulares entre Atores-Palco-Público.
Como isso se dá? No final de 2013, os alunos que cumprirão com a disciplina no próximo ano escreveram o projeto e encaminharam para uma banca avaliadora, composta por professores do próprio programa. Já no projeto, é determinado o aluno que irá dirigir a montagem (Valquiria Vasconcelos), o aluno que dará a assistência à direção (Alessandro Bem), os alunos atores (Anna Lia Sant’Ana, Bianca Gonçalves, Bruno Miguel Leandro, Dai Cavalli, Lidiane Mesquita e Susan Monteschio), os alunos que se responsabilizarão pela produção e criação de arte – cenário, sonoplastia, figurino e iluminação (Alessandro Bem, Donnie Seabra e Valquiria Vasconcelos) e a produção de imagem e divulgação (Alessandro Bem e Valquiria Vasconcelos).
Também na etapa de projeto, os alunos encaminharam à banca três nomes possíveis de professores para fazerem a orientação dos alunos. Devido a alguns ajustes entre os professores, acabaram ficando sob a orientação de um novo professor, que muito contribuiu para o trabalho. E os integrantes da peça contam como isso transcorreu: “Para nós, alunos, foi sempre uma aprendizagem, cada professor que conversava com o grupo acrescentava outras perspectivas para o trabalho: foi preciso estar disposto à constante reinvenção.” E acrescentam: “Entre o grupo: altos e baixos. Percebemos o quanto é difícil trabalhar com pensamentos tão contrastantes durante um semestre. Aprendemos que fazer teatro extrapola a competência da técnica, da estética e se abre para uma relação humana que por sua vez fez jus à própria dramaturgia” concluem.
Faixa Livre com Filosofia
A montagem tem duração de 50 minutos. O texto é dividido em 8 cenas e seu sentido se dá através da repetição absurda dos ponteiros do relógio. O OVO mostra a delicada relação entre as pessoas. Mostra a fraqueza e a vaidade entre os homens. Mostra sua luta absurda para dar sentido às coisas e sua necessidade absurda de alcançar a verdade. A faixa etária é livre, embora os textos carreguem uma densidade filosófica, os alunos-atores buscam simplificar na representação, para, justamente, dar acesso aos que têm e aos que não têm uma bagagem filosófica. Muitas perguntas permanecem… E quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?
Ficha Técnica
Texto: Valquiria Vasconcelos;Arranjo de Fragmentos brechtianos retirados da peça
“A parada do velho novo” (Eduardo Montagnari);
Fragmentos de Blaise Pascal; Fragmentos de Friedrich Nietzsche; Fragmentos de
Martin Heidegger;
Fragmentos de Vitor Hugo; Fragmentos de FiódorDostoiévski; Esopo e uma esquete
de Alcione Araújo.
Direção: Valquiria Vasconcelos e Alessandro Bem.
Produção:Alessandro Bem, DonnieSeabra e Valquiria Vasconcelos.
Sonoplastia:Alessandro Bem, DonnieSeabra e Valquiria Vasconcelos.
Identidade Visual: Alessandro Bem e Valquiria Vasconcelos.
Elenco: Anna Lia Sant’Anna, Bianca Gonçalves, Bruno Miguel Leandro, Dai Cavalli, Lidiane Mesquita e Susan Monteschio.
Orientação:Daniel Alberti.
Servidores Técnicos: Gabriel Guedert, Guilherme Rosário Rotulo e Rachel Teixeira Dantas.
SERVIÇO:
O quê: Nova temporada da peça O Ovo, do Curso de Artes Cênicas da UFSC
Quando: 29 de agosto de 2014 às 21 horas, e dias 30 e 31 às 20 horas
Quanto: Gratuito e aberto à comunidade. Os ingressos são limitados e serão distribuídos 30 minutos antes da apresentação da peça.
Onde: Teatro da UFSC, ao lado da Igrejinha. Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis-SC
Classificação: Livre – Duração: 50 minutos.
Contato: Produção: (48) 9699-7883;
Fonte: [CW] DAC: SECULT: UFSC, com texto do grupo. Foto divulgação.
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