Grande Mídia GRITA contra redistribuição de verba$ publicitária$ do governo
Quem é contra?
Ivana Bentes para Carta Capital
http://migre.me/2TRO
A verba publicitária governamental para a grande mídia nunca foi assunto de jornal enquanto serviu a poucos grupos beneficiados. Quanto recebem em publicidade do governo os jornais e revistas de grande circulação?
Agora, os novos critérios de regionalização e investimento publicitário do governo para pequenos veículos, democratizando as verbas publicitárias, virou tema do editorial do jornal O Globo de 24/06/2009 com o título pouco sutil de “Para cooptar”, que argumenta em benefício de poucos e de olho na divisão do bolo publicitário entre novos e diversos veículos, que passaram de 499 beneficiados em 2003 para 5.297 veículos em 2008. Descentralização das verbas e democratização que para o editorial do Jornal O Globo é “projeto autoritário de subjugação da sociedade”.
Ou seja, enquanto o dinheiro ia para poucos veículos, tínhamos o quê? Concentração de poder econômico e político. O editorial tenta argumentar que “Não há justificativa técnica para a inserção de anúncios neste tipo de veículo”, leia-se, os pequenos jornais, o midialivrismo, os cinco mil e tantos veículos das mais diversas linhas editoriais e propostas que podem “pulverizar” a verba publicitária e concorrer com a grande mídia naquilo que mais pode atingí-la: descentralização de poder econômico, descentralização de verbas publicitária$$$ e a “biodiversidade” política.
Outra pérola do Editorial: “Não é ilegal, mas se trata de indiscutível desvio de verba pública para pequenas empresas de comunicação que tendem a ficar dependentes da propaganda oficial —, ao contrário da imprensa profissional de grandes centros. (…)” Ou seja, pelo texto se deduz que o governo só deve distribuir o dinheiro público para….”a imprensa profissional dos grandes centros”, ou seja, as grandes empresas de Comunicação, que já recebem esse dinheiro e que seriam “independentes” do governo, contribuindo dessa forma para aumentar ainda mais a concentração de poder econômico e político em poucos grupos.
Poder econômico concentrado na mão de poucos nunca foi sinônimo de democracia, mas justamente de poder de “chantagem” política. Por isso a reivindicação midialivrista de democratizar, re-distribuir, ampliar as verbas publicitárias para todo tipo de midia é lida pelo avesso como “o pendor dirigista e intervencionista” do governo, segundo o texto.
Estranho que a mesma mídia que celebra o uso (ainda tímido) das novas mídias pelo presidente dos EUA, Barack Obama, em contato direto com a multidão, numa experiência de democracia participativa e interativa através da internet, condene o Blog da Petrobrás por entrar em comunicação “direta”, via site, twitter, novas mídias com um leitor/produtor de informação, crítico e analistas de fatos. Disputando a “interpretação” e construção das notícias, antigo privilégio das mídias de massa.
Durante o I Fórum de Mídia Livre em 2008 no Rio de Janeiro, uma das principais reivindicações e propostas do Grupo de Trabalho sobre a democratização das Verbas Publicitárias foi combater a distribuição e concentração de verbas públicas apenas para a grande imprensa e mídia do eixo Rio-São Paulo, grande beneficiária do “bolo publicitário” e das verbas do governo.
A concentração de verbas publicitárias para grupos restritos, auto-intitulados “profissionais” e que usam o critério “técnico” da audiência ou tiragem para “exigir” exclusividades privilégios no recebimento das verbas publicitárias do governo vai contra as propostas de combate a concentração de poder econômico na mão de poucos e necessidade de incentivar a pluralidade e diversidade de midias e veículos, com politicas transparentes de verbas para os pequenos veículos, a mídia regional, a internet, plataformas colaborativas de conteúdos, etc.
Depois de Obama on-line celebrado como inovação, a democracia participativa brasileira só tem a ganhar com a comunicação direta, não mediada, interativa, entre governo e sociedade, essa é a nova governança, “sem” mediadores ou com “novos” mediadores dispensando os “gatekeepers”, e “guardiões” da mídia clássica que também agem como “embarreradores” da comunicação, criando “dificuldades” para a emergência de uma democracia direta no Brasil, com uma multidão de mídias.
As propostas do Fórum de Mídia livre para a Democratização das Verbas Publicitárias podem ser lidas em:
em http://fml.wikispaces.com/propostas-todas–gt-verbas-publicitarias
Essa dica de matéria veio através do Thiago Skárnio e-mail:thiago@skarnio.tv
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