Na semana pós-World Wide Web Conference 2013 -
evento que reuniu experts da rede de diferentes nacionalidades no Rio
de Janeiro e discutiu temas técnicos e políticos - o projeto “freenet
film” tem um saldo a compartilhar.
Além do painel “Momento freenet? - Online, Collaborative, Open platforms for video on the web”,
que colocou no centro do debate plataformas e ferramentas abertas e
colaborativas para a produção audiovisual, com os pesquisadores Carlos Affonso (CTS-FGV), Fernanda Bruno (Media Lab-UFRJ) e Veridiana Alimonti (Idec / CGi.br), a
nossa equipe conversou - e gravou - depoimentos que em breve estarão
aqui na plataforma. Sobre internet e seu momento atual, entrevistamos o secretário
de Política e Informática do Ministério de Ciência e Tecnologia,
Vírgilio de Almeida, o pesquisador português Daniel Gomes, que coordena o
projeto“Arquivos da Web Portuguesa”, e o ciberativista integrante do Movimento “Mega Não” João Carlos Caribé.
Virgílio
Almeida defendeu a privacidade do usuário na rede, destacando que as
informações dos usuários devem ser mantidas em sigilo até que esse
decida pelo contrário. Caribé, por sua vez, comentou a remoção de um
artigo seu publicado na web após a ABDR (Assciação Brasileira de
Direitos Reprográficos) alegar violação de direitos autorais em relação a
uma imagem que ilustrava o texto e, a partir desse caso, comentou
mudanças na proposta do Marco Civil da Internet, que aguarda votação em
Brasília.
O
português Daniel Gomes falou sobre acesso à informação e sobre a
importância de se garantir que as informações públicas da web estejam
sempre públicas e acessíveis. Ele está à frente de um projeto que busca
guardar a memória da web portuguesa em um arquivo online acessível a
qualquer usuário.
“Momento freenet?”
Por
pouco mais de uma hora, o “freenet” ocupou uma das salas da WWW2013, na
quinta-feira, dia 16/05. Advogada no Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor (Idec) e representante do terceiro setor no Comitê Gestor da
Internet no Brasil (CGI.br), Veridiana Alimonti também compõe o board do
“projeto freenet”, e foi ela quem abriu o painel apresentando a
iniciativa do documentário colaborativo em construção e alguns dos
vídeos já produzidos. Veridiana explicou ao público que o “freenet film”
busca “mobilizar e sensibilizar as pessoas sobre a importância da
liberdade da internet” por meio do audiovisual. Ela passou pelos cinco
temas que balisam a o projeto - liberdade de expressão, neutralidade da
rede, privacidade, acesso à conexão e acesso à informação -, e reforçou
que o documentário está na fase de encontrar e reunir casos que
demonstrem a importância da garantia dos direitos e casos como são
enfrentados.
A
proposta de falar de internet por meio de ferramentas e de espaços web
colaborativos e abertos também foi contemplado pela professora da UFRJ
Fernanda Bruno, fundadora do MediaLab.
Com ilustrações de ferramentas para visualizações de dados na web, ela
falou sobre a possibilidade de o usuário se apropriar dos rastros que
ele mesmo gera na web, abordando o tema “privacidade” de forma ampla.
Entre os ambientes online mostrados durante a sua apresentação, o Tactical Technology Collective.
Sobre os mapas com resultados de trabalhos de pesquisa e compilação de
dados, ela explicou: “esses são modelos de cartografias do estado do
debate em torno da questão dos dados pessoais e da privacidade da
internet no Brasil”.
Da
discussão em torno da “privacidade” para o cenário mais amplo que
precisa existir para que esse tema esteja em pauta: a liberdade de
internet. Sem liberdade, como falar em privacidade, em neutralidade, em
liberdade de expressão etc? Foi por esse terreno que o pesquisador da
FGV-RJ Carlos Affonso conduziu a sua apresentação, passando pela fechada
China. Ele destacou o caso do aplicativo de mensagens instantâneas mais
baixado no mundo, o chinês “WeChat”, que enfrentou o assédio das três
maiores empresas de telecom do país. Todas alegavam que o “WeChat” usava
a banda sem pagar pelo serviço e por isso deveriam prever uma forma de
remunerá-las, fosse através da divisão de lucros ou de pagamentos de
taxas.
Mas
afinal, internet não serve para colaborar? Não deveria ser aberta para
criações e compartilhamentos de ferramentas, programas, páginas?
Sim,
hoje o mote ainda é este. Mas as empoodem http://www.baraodeitarare.org.br/index.php/noticias-do-barao/155-freenet-debate-liberdade-de-expressao-neutralidade-da-rede-e-privacidade-na-www2013presas provedoras, além dos estados,
estão atentas para o poder que podem - ou acreditam que -
desfrutar. As leis e a participação dos usuários nas discussões a favor
da liberdade da internet são recursos importantes frente a esse
movimento que ameaça a liberdade da rede. O freenet film está nessa
discussão, e é um espaço aberto às expressões de qualquer usuário.
Fonte: Freenet?
http://www.baraodeitarare.org.br/index.php/noticias-do-barao/155-freenet-debate-liberdade-de-expressao-neutralidade-da-rede-e-privacidade-na-www2013
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