sexta-feira, 28 de junho de 2013

Opinião: Kiko Ortiga e a licitação do Mercado Público

 
 
 
Alô, Floripa...
(copiado do meu Facebook)  por Kiko Ortiga  kiko@floripa.com.br

Meus amigos, lugares não vão faltar, bares, especificamente, para as nossos encontros das manhãs de sábado. Floripa tem isso aos montes, e o próprio Mercado continuará tendo. Mas calma la!

Certamente nosso Mercado Público precisava mudar. Sem dúvida alguns (não se sabe quantos, talvez muitos) comerciantes precisam ir embora. A cidade merece um Mercado com novos ares, novas caras, regulamento, etc, etc, etc. Ponto. Acontece que junto com a licitação (tão esperada pela cidade - ja em fase de anuncio dos novos permissionários), a prefeitura realizou, também, o estudo e a implantação do novo míx, uma nova classificação, numeração e distribuição de atividade dos boxes, que, sem dúvida alguma é muito interessante, mas que não resolveu os problemas, muito pelo contrário, acabou criando outros.

Sabemos que esse novo mix foi baseado em pesquisas em diversos mercados públicos pelo Brasil, buscando, entre outras coisas, no caso aqui de Florianópolis, acabar com uma ala inteira de calçados, por exempo, levando para o mercado cultura local/regional, maior diversificação de produtos, etc. Ate ai tudo bem.

Ocorre que com essa nova distribuição todos os boxes internos da ala Sul, ou seja, desde o box 36, na entrada em frente ao camelô (hoje bar do seo Zezinho), ate a peixaria do Nelson Santos, que dá acesso à entrada do vão central (para melhor identificação, o corredor interno da ala do aterro, no lado onde hoje está o Box 32), serão, todos, especificamente, hortifrúti. Prova clara que há equívocos em parte dessa nova classificação é que inúmeros boxes não receberam propostas na licitação, entre eles mais de dez de hortifrúti.

Eu, frequentador daquele espaço nas manhãs de sábado, sempre deixei clara minha posição a favor da licitação, e inclusive tive problemas dizendo isso abertamente diante de alguns amigos comerciantes. Mas, calma la, licitação é uma coisa e a descaracterização que querem fazer (mais ainda ou pior que um corredor todo de calçados) outra bem diferente. Se a preocupação era com o excesso de calçados, o tal novo mix cometerá outra agressão alterando algumas coisas que ja estão no cotidiano da cidade. Isso se dá pelo simples fato dessas decisões serem tomadas em gabinetes fechados por pessoas que não frequentam o Mercado. Alias, que não frequentam e não passam nem pelas cercanias porque não gostam do cheiro, não se identificam com essas coisas.

A cidade e boa parte dos turistas que aqui chegam conhecem aquele espaço como ponto de encontro de nativos, moradores e visitantes. Nesse caso  estamos falando especificamente do (hoje) box 36, na porta em frente ao Camelódromo, que com a nova distribuição será transformado numa quitanda de frutas e verduras. A mesma arma que disparou o tiro fatal no peito do Ponto Chic está agora apontada para o Mercado Público. A cidade precisa reagir. Há outros interesse por trás disso. Se o comerciante/permissionário amanhã será João, José ou o Manoel não é o que estamos questionando, com todo o respeito e agradecimento ao sr Zezinho que por décadas esteve ali. O questionamento aqui não diz respeito à licitação, mas as mudanças (ou parte dela, brusca) do novo mix. A coisa em questão é pública. O Mercado Público deve,obrigatoriamente, ser pensados para a cidade, para os nativos e para os turistas. Outros interesses não podem falar mais alto.

Nosso Mercado precisa, sim, e graças a Deus chegou, de uma nova fase, com regulamento, horário, etc. Precisa, por exemplo, que todos os comerciantes aceitem cartões (hoje poucos aceitam). Precisa de bons sanitários, segurança, e o principal de tudo, TER A CARA DA CIDADE, e estão querendo tirar isso na marra por conta de outros interesses, e por decisão de pessoas que não conhecem o Mercado.

Estamos mobilizando os amigos para que fiquem atentos. Vamos precisar de todo mundo (um mais um é sempre mais que dois), para um grito, e se for preciso vamos pras ruas também contra o fim de mais um ponto de encontro da cidade, como ja lembramos aqui, fizeram com o Ponto Chic e tantos outros. A cidade precisa abrir os olhos. Licitação e uma coisa, e o que querem fazer com o Mercado Público outra coisa diferente.

É claro, sempre soubemos disso, que tem gente que passa ali e fica louco para acabar com aquilo. Gente infeliz, que não consegue ver os outros alegres, amigos reunidos. Gente que não bebe uma cerveja para não engordar, ou porque a mulher não deixa, ou porque porque toma remédios, não tem saúde, enfim. Pouco nos importa, coitados, as infelicidades deles. O que eles não podem (e comigo nunca conseguirão) é interferir na nossa alegria. Não é possível que o poder público municipal tenha sintonizado a frequência desses infelizes, coitados. Ainda assim, se não conseguirmos reverter a decisão quanto o ponto em questão, eles não conseguirão acabar com todos os bares do Mercado, "com o nosso jardim", parafraseando Che.  

O que é isso? Lei? Licitude? Estamos falando de coisa pública. Onde é que está escrito que a lei precisa vir contra o lazer, a descontração e o bem estar das pessoas? Muito pelo contrário.

Licitação, sim! Mas o novo mix do Mercado Público de Florianópolis não pode espantar nativos e moradores por conta de outros interesses.

Aguardem que vamos fazer barulho. E que o nosso barulho não seja confundido com o que fizeram os antigos comerciantes. São claramente distintos os intereses. 
 
Kiko
ps:
Só para que deixar claro - se é que ainda não ficou - que eu não estou preocupado com a saída do Zezinho (porque eu sei que tem gente pensando isso), ele sequer entrou na licitação, e nos já sabíamos disso há muito, muito tempo. Eu, pelo menos, desde 2011. 
KIKO

Um comentário:

Kiko disse...

Grande, Marcio. Legal reproduzires o o alerta aqui no blog. Aproveito para corrigir um equívoco que cometi, e o fiz segundo informações anteriores. Segundo o próprio Zezinho ontem, ele entrou sim, na licitação (de um outro box, noutro ponto do Mercado, que no novo mix será bar/lanchonete) mas não teve exito. Alias, o clima - por conta das notícias ontem á noite por la - não era dos melhores. Não só o zezinho, como o Alvin também está fora, o Aurino (do açougue), o Urso, uma das peixarias do Chico (eram/são três peixarias com esse nome que o Chico deixou para os filhos, Chiquinho, Jorge e Marcelo. O Marcelo também esta fora do jogo, e assim ouros comerciantes. Porém, repito, não questionamos a licitação/concorrência. Nosso grito, que só está começando, é que no pacote da licitação veio o novo mix, interessantíssimo para acabar com alguns absurdos, melhorar a diversificação de produtos e levar mais cultura regional para o Mercado, que alterou também a distribuição dos boxes, calando aquele ponto (hoje box 36, do Zezinho) democrático da cidade.
Ficamos sabendo ontem ainda, que nenhum dos boxes da nova ala proposta pelo novo mix - essa tal desde Zezinho ate a Peixaria Santos, no acesso à entrada no vão central, onde hoje também esta o Box 32 - nenhum recebeu um centavo sequer de proposta, a prova mais clara do equívoco cometido no tal estudo do novo mix.
Grande abraço.
Logo mais estaremos la.
Kiko