quinta-feira, 27 de março de 2008

Ativismo que funciona: após ato do Greenpeace, França apoia legislação contra madeira ilegal da Amazônia



Após bloqueio de navio realizado pelo Greenpeace, França apoia reforma da legislação européia para barrar entrada de madeira ilegal. Esta decisão pressionará o governo brasileiro a adotar medidas mais rígidas de controle e monitoramento da exploração da madeira.


Ouistreham (Caen), França — Ativistas da organização ambientalista ficaram a bordo do cargueiro Galina III por mais de 24 horas para impedir o descarregamento em porto francês e exigir reforma da legislação européia para acabar com a exploração ilegal e o desmatamento na Amazônia.

Ativistas do Greenpeace deixaram nesta terça-feira o cargueiro Galina III depois de terem ficado por mais de 24 horas a bordo da embarcação carregada de madeira de origem ilegal vinda da Amazônia. Eles impediram o navio de atracar no porto de Caen, localizado no norte da França, onde iria descarregar toda a madeira.

Como resultado da ação, o governo francês anunciou que apoiará nova legislação na União Européia regulamentando a importação de madeira para evitar a compra de produtos de origem ilegal. A informação foi confirmada pelo Ministro do Meio Ambiente da França, Jean-Louis Borloo, em conversa por telefone com sua colega brasileira, a ministra Marina Silva. O Greenpeace quer que a Comissão Européia aprove em maio a proposta de reforma da legislação e que a França apóie o processo. O país é o principal consumidor de madeira da Amazônia, junto com Holanda, Espanha e Portugual, e assumirá a presidência da Comissão Européia a partir do segundo semestre de 2008.

“A madeira quando sai do Brasil já está toda legalizada, o que não garante que ela tenha sido explorada de forma legal e as empresas importadoras européias não podem usar isso como justificativa. Graças à incapacidade do governo federal e governos estaduais de controlar e monitorar o setor, e devido à impunidade e corrupção, a ilegalidade na Amazônia ainda é regra e não exceção, infelizmente", afirma Marcelo Marquesini, engenheiro florestal e ativista do Greenpeace, que participou da atividade na França.


Na foto: Carga de madeira ilegal da Amazônia é bloqueada na França.


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